O Ciclo do Amor
De quantos amores a vida é feita?
É possível que num coração caiba mais de um amor, ou dentre
todos eles somente um é o grande amor da vida?
Aprendi que o amor é uma coisa boa e não precisa de te fazer
sofre. Mas aprendi que pra toda regra há uma exceção e que o amor espera que
com essas exceções você aprenda. Aprenda a viver e saiba que a vida é
extremamente dura se você não souber lidar com ela.
Outra coisa que aprendi, é que chega um momento da vida em
que você se depara com assuntos inacabados que quando vem à tona, trazem
consigo lembranças que você daria a vida pra esquecer. Esquecer a dor que essa
lembrança causa. Gostaria de recorda-la, mas sem a tristeza de saber que dentro
de si mesmo, nunca acabou. Não há sequer um dia que você se esqueça da vida
perfeita, das cortinas Sunrise e do cheiro do sol batendo na madeira, do rádio
alto de manha, do salto batendo no piso, do som da voz dela me chamando na
sala, no quarto, no banheiro.... Ai percebe que sente seu coração tremer por
dentro e que sua respiração vai baixando aos poucos e que vai perder os
sentidos. Flashs invadem sua mente, musicas, cenas vividas, filmes, dias e
noites intermináveis. Momentos que já perdeu a conta e sorrisos que se perderam
por entre lagrimas sem fim. No final de tudo, a devolutiva é que o tempo jamais
apaga aquilo que a gente mesmo não quer esquecer. E por que não esquecer?
Porque dentre tantos amores o coração escolheu logo aquele
pra te fazer lembrar que a felicidade existe, que você já passou por essa vida
e que já a sentiu? Porque o coração escolhe logo aquele amor que te rouba a
vida e te desengana?
Eu tenho uma resposta imperfeita pra tudo isso. A vida
escolheu me dar todo esse amor e talvez eu como um ser errante não estivesse
preparada pra ele. Mas era a única chance que eu tinha, e não podia negar, não
podia recusar. No final... Nunca soube de fato o que fazer com tudo aquilo.
Ganhei um presente e antes mesmo de abrir o pacote todo eu rasguei o embrulho.
Ela desdenhava, comprava e usava. Ela era o sol de todas as
manhas e a bebida que jamais matava minha sede. Ela era tudo que eu tinha de
melhor, era todos os meus sorrisos e toda minha raiva. Era quem fazia de todos
os meus dias os melhores. Com ela era sempre feriado, sempre festa, sempre
aniversário.
A gente ficava na cama pensando no que faríamos e o que
seriamos... E hoje não somos nada além de estranhas e ainda não sei lidar com
esse título.
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