Saudade que tem nome.

Hoje eu acordei com uma saudade de doer. Daquelas que te fazem sair, ir até onde a pessoa está e falar: Tô aqui e você não tem como fugir... me dá um abraço?

Acho que desta vez, a falta está maior que o passado. Falta de intermináveis SMS numa época em que não existia WhatsApp, ligações para dizer: "Desce, tô aqui!", viagens sem data para ver a lua e um colo com cheiros escandalosamente bons. Cheiro de perfume que casava com a pessoa.

Sinto falta mesmo sabendo que não deveria. Mas ao mesmo tempo, sem entender porque sinto falta de alguém que eu acreditei que est

aria comigo atééééééé que o próprio amor se tornasse amizade. Não era pra ter saudade, a não ser que ela se limitasse a um: "Boa Noite Criança, até semana que vem".

Na verdade acho que sinto saudade mesmo dos meus conflitos e crises de mudança de responsabilidades. De ter aquela que pegou minha fase de transformação e a transformou em amor. Sinto falta de dar piti e ela não se zangar. Sinto falta de bombons sonho de valsa, tortinhas de limão e de conversar sobre bobagens...

Sabe do que eu gosto, dizia ela depois de uma conversa sobre "gostos"> "- Eu gosto de você". 

Hoje, eu gosto de olhar tudo o que ela me deu, os filmes que assistimos e dos lugares que nós fomos. Eu não esqueço a parte ruim, não esqueço as crises, não esqueço os intermináveis "adeus"... Não esqueço o quão rejeitada eu fui... Mas me lembro que tudo isso me fortaleceu, e que a maior parte do que escrevi, foi pela ânsia de ter o inalcançável, e sem esse foco, não seria tão boa escritora.

Escrever e externalizar em palavras sentimentos tão confusos, não foi fácil, e se hoje sei lidar com as perdas, sei também com quem aprendi.

Um possível encontro sei que é totalmente impossível, a não ser que o acaso queira, mas sei que sentir saudade faz bem, é gostoso, é uma delícia. É o tipo de coisa que nos faz mais fortes, que nos faz dar valor à presença de cada pessoa ao redor. É saber que um dia está tudo bem, e no outro NINGUÉM sabe. É namorar um dia e no outro ser deixada sem bilhetes.

Conforta saber que enquanto é seu, ninguém pega.